EURICO ALVES BOAVENTURA, POETA FEIRENSE. Trazemos aqui o vídeo da comemoração dos 100 anos do poeta em julho de 2009.

Apresentamos aqui um video que registra a homenagem prestada ao grande feirense Eurico Alves Boaventura, por ocasião dos seus 100 anos, em julho de 1909. A Academia se reuniu na Igreja dos Remédios (local que ficava em frente à antiga morada do poeta) com a presença da família do homenageado e, com a parceria da Fundação Senhor dos Passos, distribuímos CD (o caro visitante pode escutá-lo na integra aqui em nosso site, na secção AUDIO). O disco contém a poética de Eurico e nos orgulhamos ao dizer que foi uma das excelentes obras criadas pela Academia. Foi uma noite memorável!…

Mas, falemos um pouco do poeta, cronista e ensaísta, que nasceu em Feira de Santana, em 21 de julho de 1909: Formado pela Faculdade de Direito em 1933, tempos depois passou a  atuar como magistrado, função que o levou a residir em várias cidades do interior baiano, como Porções, Alagoinhas, Macajuba , Tucano e Feira de Santana. Sofreu perseguição política, chegou a ser preso, mas manteve firme seus princípios. No final dos anos vinte, fez parte do modernismo baiano, através de um grupo de jovens desejosos de acompanhar as transformações da vida literária no Brasil, denominado Arco & Flexa (1928), onde reuniam escritores como Hélio Simões, Carvalho Filho, Queirós Junior, Pinto de Aguiar, Godofredo Filho, Carlos Chiacchio e outros. Neste órgão divulgador do grupo, Eurico Alves publicou seus primeiros poemas, tornando-se um dos maiores expoentes de uma literatura modernista ainda muito desconhecida do grande público. Colaborou em vários periódicos de Salvador e do Nordeste. Deixou muitos textos inéditos, alguns deles publicados postumamente como Fidalgos e Vaqueiros (Universidade Federal da Bahia, 1989) e Poesias (Fundação Cultural do Estado da Bahia (1991)). Sua obra singular é marcada por um verso livre incisivo e seus temas variam do urbanismo típico das primeiras gerações de modernistas do Brasil ao gosto requintado e autêntico de um regionalismo que lhe era demasiadamente peculiar. Na simplicidade dos versos de Eurico Alves Boaventura é possível perceber um dos elementos próprios da cultura de Feira de Santana – a figura do vaqueiro. Na lírica nostálgica do poeta, infância e natureza estão interligadas, quando canta as peripécias do menino sertanejo. Um dos momentos mais sublimes da história do poeta é o diálogo que trava com o poeta pernambucano Manuel Bandeira, registrado no poema Escusa (faixa 2 do nosso CD “100 anos – Eurico Alves Boaventura”), e que faz parte do livro Belo Belo, de Bandeira.

O poeta faleceu em 04 de julho de 1974, aos sessenta e quatro anos, na cidade de Salvador-Bahia.

(Clique no link abaixo para ver a comemoração há 13 anos).