A ROSA DE HIROSHIMA – A POESIA MUSICADA I

A poesia também caminha de braços dados com a musica. Assim, diversos poemas de poetas famosos, a exemplo de “E Agora, José” de Drummond; “Vou Me Embora Prá Pasárgada” de Bandeira (ambos na voz de Paulo Diniz) ou “Fanatismo” de Florbela Espanca )por Fagner) têm sido musicados… Escrito em 1946 e publicado no livro Antologia Poética, o poema “ A ROSA DE HIROSHIMA” de Vinicius de Moraes tinha o nobre objetivo de ser um protesto contra os ataques, além de levantar a bandeira pacifista e anti nuclear. Em apresentação no  Maracanãzinho, em 1973, o grupo musical “Secos & Molhados” lançou com música de Gerson Conrad, a poesia cantada por Ney Matogrosso, considerada   uma das 100 maiores canções brasileiras de todos os tempos.  

Ao contrário da flor, sempre relacionada à beleza, a Rosa de Hiroshima remete para as horríveis consequências deixadas pela bomba atômica. O poema de Vinícius, adaptado para a música expressa a tristeza e o sofrimento das vítimas da bomba atômica. É um grito de protesto contra o ataque atômico provocado pelos Estados Unidos contra o Japão no final da Segunda Guerra Mundial.  Estima-se que o ataque nas cidades de Hiroshima e Nagasaki provocou a morte de mais de 250 mil pessoas. As pessoas que sobreviveram, além do dano emocional e psicológico, tiveram graves ferimentos como queimaduras e surdez. Ao longo dos anos, pessoas ali nasceram com enfermidades como canceres, deformações físicas, cegas ou com problemas respiratórios. Isto sem contar a devastação da vegetação e a contaminação que ocorreu em rios, lagos e plantações pelas chuvas ácidas. 

Aqui reproduzimos a primeira apresentação de Ney Matogrosso.