ACADÊMICO LUIZ ALMEIDA LANÇA MAIS UMA OBRA – Lançamento em Feira de Santana ocorrerá em breve..

O acadêmico Luiz Almeida nos presenteia com mais uma obra, salientando que não é uma biografia o que ele escreve. Até porque a narrativa é feita numa linguagem romanceada e coloquial, embora trate da vida de um personagem real, Agripino Almeida, seu pai. Um Agripino que foi seu espelho de vida e de quem herdou a sensibilidade e o amor pelos livros e pela Arte.

Conforme promessa, em breve ele estará apresentando, aqui em Feira de Santana, cidade que o adotou, a sua obra “Uma Cigana Leu a Minha Mão” que teve o primeiro nome “Macamba”.

O AUTOR RECEBENDO O TÍTULO DE ACADÊMICO DAS MÃOS DO PRESIDENTE EDUARDO KRUSCHEWSKY

“Suspeitíssimo”, Luiz afirma que não pintou o personagem com as cores do Bem Querer, mas que foi muito verdadeiro, retratando-o com a tonalidade verdadeira e escreveu a respeito de sua obra:

“Não é uma biografia. As páginas seguintes trazem uma história de vida. De uma vida exemplar, toda ela construída a partir dos sonhos de um menino, batizado Agripino Gomes de Almeida, nascido no distante povoado de Macamba, encravado na Chapada Diamantina, numa época em que tudo era cercado por enormes e, às vezes, intransponíveis dificuldades de toda ordem. De comunicação, de locomoção, de estudos, de trabalho e, até, de bem-estar.

Era tido por todos que o conheciam como um menino diferenciado para a época, que não se bastava em seus sonhos e projetos. Criado com a rigidez dos velhos tempos, desde cedo habituou-se à leitura, um costume disseminado por um pai que, apesar das muitas limitações do local, ainda assim, conseguira criar as condições para um melhor aprendizado dos filhos. Devorava livros e mais livros em sua modesta casa ou no modesto grupo escolar do local. Começara a compreender, desde muito novo, que os estudos e o conhecimento eram instrumentos capazes à realização dos seus sonhos.

Além dos livros – inclua-se aí um apegado dicionário da língua portuguesa – outro prazer o acompanhava diariamente, chamando a atenção dos moradores de Macamba, não se contendo em entusiasmados aplausos ao perceberem o menino dedilhando no seu violão os mais renomados nomes da música clássica brasileira ou internacional, e o fazendo pela leitura da pauta, ou pentagrama (nome comum à época). Feria as cordas do instrumento decodificando as notações musicais. Não tocava de ouvido, como se diz nos meios musicais, cabendo registrar que o título do livro lhe foi subtraído da marcha carnavalesca Cigana, composta por ele para a Micareta de Castro Alves, nos anos 50.

O seu talento e a sua genialidade precoce, somados à sua inquietação, davam-lhe a certeza de que sua Macamba estava ficando pequena para ele. Precisava sair. Necessitava voar. E, assim, foi feito.

Correu o mundo e dele se despediu, muito tempo depois, com a certeza do dever cumprido. Deve estar lá no alto, solando, para os anjos ao seu redor, a Ave Maria de Gounod e as belas canções do admirável e admirado Dilermando Reis.”

Aguardaremos mais este lançamento que se junta à sua obra rica de personagens e narrativas soberbas…