ANTONIO ALBERTO PEIXOTO – A idade do Chá (Crônica)

Com certeza absoluta não vou escrever sobre o Xá da Pérsia, que no princípio da década de 60 andava preocupado com a sucessão, com a bela Soraia e seus olhos verdes, que não lhe dava um herdeiro, só conseguindo o que queria com Farah Diba. Muito menos do chá mais famoso do mundo que é o Prêt-à-Portea, servido todos os dias das 14 às 18 horas no Caramel Room, um dos restaurantes mais famosos de Londres.

Na verdade a idade do chá, a que me refiro, é aquela em que passamos a ingerir todo tipo de beberagem, seja feita com erva cidreira, caatinga de porco, capim santo, alumã, entre outros. É a velhice que já chegou. Esta idade sintetiza o que muita gente sempre nos responde quando perguntamos: “como você está? Eu vou indo como Deus quer. Estou cheio(a) de dores nas costas, no pescoço, nos braços, por todo o corpo… vou levando”.

A idade do chá é a porta de entrada para a fase do condor. Quem atinge este período passa a sempre estar preocupado com a febre, tosse, pneumonia, vacina para idosos e os tradicionais disque idoso e disque saúde. É como se uma motoniveladora tivesse passado por cima dele. À medida que se envelhece se torna menos ativo, se perde massa muscular e se adquire peso em forma de gordura, por isso é necessário que se faça um bom plano de saúde.

O Chá é uma bebida que tem o poder salvador contra o definhamento das funções cerebrais, atrelados à velhice. O hábito de degustar um bom chá, além de ser um costume reconfortante, pode também refinar a saúde do seu cérebro. Portanto, beba chá.

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ANTONIO ALBERTO PEIXOTO é escritor, autor de seis livros, tem participado de diversos jornais, revistas e antologias. Membro da Academia de Letras do Recôncavo, onde ocupa a Cadeira 26. É, também, membro da AFL, Cadeira 26, em substituição a Carlos Alberto Kruschewsky, tendo como patrono o formidável cronista sertanejo Eurico Alves Boaventura.