Eis um poeta dotado de uma sensibilidade impar!
Membro da nossa instituição, ocupa a Cadeira 04, cujo patrono é o poeta dos poetas baianos, Castro Alves. É de Cézar os belos poemas que publicamos a seguir:
ENTARDECER
Ao sol se pôr–não se opor
Em qualquer estação que for
Será como nascer a nova vida
Que será tão cativa
que novas brisas surgirão
novas estrelas brilharão
e novos tempos nascerão
como a nudez da natureza
a brindar o riso…
e ao sol se pôr onde andará o amor?
No portal do entardecer com a canção
a se ouvir …ressoando ao término do sol
ou firme como a doce união do fim?!…
A DOR PRESENTE
A dor de minha carne não vem de longe:
É latino-americana e vem como funeral
De jovens e idosos que se vão em desamor.
A dor de minha carne é a que grita por ter fome
Com a mesma dor do desencanto retratando solidão…
A dor de minha carne é a dor dos favelados,
Dos moribundos nativos,sem carnaval…
Sem frisson…
A dor de minha carne também é a dor do mundo…sem canto de esperança, sem nada
por vir…
A dor de minha carne é a dor que fere a alma,
Que come a massa disforme que se avoluma
nas praças buscando a “salvação “…
CÉZAR UBALDO ARAÚJO – Professor, Pedagogo, Filósofo, Poeta, Autor de Teatro. Tem diversos trabalhos publicados em livros e antologias em várias partes do Brasil.