TEMPOS GOSTOSOS…- O acadêmico Eduardo Kruschewsky nos conta como foram os primeiros tempos da TV na Bahia. Relembre, também…

Nós, os adultos que já somos avós, vivemos uma infância encantada, embora sem os recursos tecnológicos de hoje… Vale a pena recordar um pouco:

No dia 19 de novembro de 1960, a televisão chegou para nós, baianos, com o surgimento da TV Itapoan. Ficávamos encantados vendo aqueles imagens em preto e branco e, nos primeiros tempos, um aparelho de TV era um artigo de luxo. Tornou-se perfeitamente normal que as janelas e as salas das casas se enchessem de vizinhos para ver aquele aparelho mágico projetando imagens em preto e branco.. .

Rivalizando com as já manjadas novelas ouvidas nos rádios de válvulas, super ouvidas em todos os lares que tinham rádio, nos anos  1950, havia epópeias como “O Direito de Nascer” (posteriormente levada na TV Tupi nos anos 1960, tornando-se o maior sucesso da época). Assim, surgiu a primeira novela televisiva estrelada por Tarcisio Meira e Glória Menezes, tendo no elenco gente como Lolita Rodrigues e Neuza Amaral. Eram, apenas, 12 personagens e, diferentemente das grandes produções de hoje em dia, foram 42 capítulos de 20 minutos cada, com só duas cenas, exibidos em julho e setembro de 1963. O nome da trama era “2-5499 Ocupado”, título que se referia a um número telefônico e narrava a história de amor entre uma presidiária e um homem seduzido por sua voz, após uma ligação por engano…

A história, no entanto, não é brasileira. Foi escrita pelo argentino Migré, e seu nome original era “0597 Da Ocupado”. O folhetim que, em sua divulgação, foi anunciado como “a estranha história do impossível acontecendo”. chegou a ganhar versões em outros países, como a Colômbia. No Brasil foi traduzida e dirigida por Tito Di Miglio e adaptada por Dulce Santucci e foi um, fenômeno de audiência.

Na verdade, as novelas eram vistas pelos adultos da época. Eram proibidas para crianças. Naquele tempo, havia censura, sim, senhor. A educação era rígida… Para nós, os mais novos, restava – E ERA SENSACIONAL!- nos deliciarmos com as aventuras de Mickey, Pica Pau, Pernalonga, Tom & Jerry, Patolino, Ligeirinho, Pato Donald, etc.

Era uma maravilha ver, quase que hipnotizados, as peripécias que nos eram oferecidas nos programas de desenho animado. Lembro que, em Salvador, à época. eram disputadíssimas, nos primeiros domingos dos meses, as matinais do Cine Guarani (hoje Glauber Rocha) na Praça Castro Alves, onde aconteciam os festivais Tom & Jerry.

Hoje os tempos são outros… Os velhos desenhos deram lugar aos videogames e aos celulares, num modernismo cada vez mais difícil de acompanhar e a velha censura familiar deixou de existir… Coisas da modernidade.

Ao encerrar esta crônica, gostaria de deixar um presente para os mais velhos e sua descendência… Além dos desenhos e dos gibis, haviam os disquinhos Carrossel, coloridos e super atraentes, que narravam historinhas. Ficávamos sentados na sala, defronte a radiola (aquele móvel enorme, lembram?) para ouvir os contos infantis que a todos encantavam…

Assim,  sentem no chão, chamem os seus filhos e netos e  “curtam”  juntos estas histórias:

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A HISTÓRIA DE RAPUNZEL

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